O Brasil registra dois casos graves de bullying em escolas, um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. Os incidentes destacam a escalada da violência em ambientes escolares.
Alunos da Escola Municipal Maria de Paula Santos, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, obrigaram um colega a beber urina de um vaso sanitário. Um vídeo da agressão mostra a vítima ajoelhada em frente à privada, sendo ameaçada e xingada pelos agressores, que o obrigam a falar: "nunca mais vou mexer com vocês".
O caso ocorreu em 24 de novembro, mas só veio à tona depois que o vídeo se espalhou entre os estudantes.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o diretor da escola chamou a polícia no dia seguinte para registrar o boletim de ocorrência. A vítima identificou os colegas responsáveis pela agressão e relatou temer pela própria segurança e pela da avó, que também foi citada nas ameaças. A Polícia Civil informou que está investigando o caso.
Rio de Janeiro
Na Ilha do Governador, zona Norte do Rio de Janeiro, uma criança de 10 anos perde a visão de um dos olhos após ser agredida por um aluno mais velho, de 15 anos, em uma escola municipal. O agressor desferiu um soco no olho da vítima, resultando em lesão.
O caso aconteceu em 18 de novembro. O menino passou por uma cirurgia de urgência para a reconstrução do globo ocular, mas a lesão é considerada irreversível. A mãe da criança, identificada como Lídia, relata que o filho tem glaucoma e uma diferença na cor de um dos olhos, o que o tornava alvo constante de provocações de colegas.
A mãe da criança, segundo a repórter Gabriela Morgado, prestou depoimento na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que agora investiga o caso. Lídia informou que o menino vinha sofrendo bullying há cinco anos, período em que foi vítima de outras agressões que causaram lesões no nariz e uma fratura no pé. A mãe afirma que o caso já havia sido denunciado à direção da escola. Em uma carta de junho deste ano, ela diz que tentou se reunir com a direção, mas não conseguiu.
A Secretaria Municipal de Educação emitiu uma nota informando que abriu uma sindicância para apurar a situação e transferiu o aluno agressor para outra escola. A pasta alega que só tomou conhecimento do caso nos últimos dias e que, embora desenvolva ações de prevenção ao bullying, em casos de agressão, a polícia deve atuar.