
A investigação sobre o desaparecimento de quatro homens em Icaraíma, no noroeste do Paraná, aponta que o grupo pode ter sido vítima de uma emboscada. A polícia encontrou cápsulas de munição, marcas de disparos e vestígios de sangue em uma caminhonete usada pelos desaparecidos, reforçando a hipótese de execução.
Segundo o delegado Thiago Andrade, os indícios revelam que os tiros foram disparados de frente para o veículo, atingindo o para-brisa e a lataria. Para os investigadores, isso sugere que os suspeitos cercaram o carro e atiraram sem oferecer possibilidade de reação às vítimas.
Carta anônima orienta buscas
O avanço das investigações começou com uma carta anônima entregue à família de Alencar, um dos desaparecidos. O documento, deixado em uma sacola na porteira da casa do pai dele, indicava que os corpos estariam enterrados em um sítio da região.
Com base na denúncia, a família repassou o conteúdo aos agentes da Força Nacional, o que levou a novas buscas na área. As equipes localizaram cápsulas de pistola 9mm e marcas de tiros em árvores, além de estruturas clandestinas utilizadas como depósitos subterrâneos.
Caminhonete enterrada em bunker
Durante as diligências, policiais encontraram a caminhonete do grupo enterrada em um bunker a nove quilômetros da propriedade onde ocorreram os disparos. O veículo estava coberto por uma lona e enterrado em posição horizontal, com a maçaneta voltada para cima. Uma retroescavadeira foi utilizada para retirá-lo do local.
De acordo com o tenente Guilherme Shinaider, da Polícia Militar, a forma como a caminhonete foi escondida indica que mais de uma pessoa participou da operação para ocultar provas.
Estruturas clandestinas e investigação em andamento
Na mesma área rural, a polícia localizou galpões subterrâneos com capacidade para armazenar toneladas de drogas. A perícia também constatou que armas de calibres diferentes foram usadas na ação, reforçando a suspeita de participação de vários autores no crime.
A advogada Josiane Monteiro, que representa as famílias, destaca que a carta anônima foi fundamental para abrir uma nova linha de investigação.
Apesar dos avanços, os corpos ainda não foram encontrados. A polícia mantém as buscas na região e analisa a ligação do caso com o uso de veículos clonados, já que uma caminhonete registrada em nome de Antônio Buscariolo foi apreendida com um motorista preso em flagrante.
As autoridades afirmam que a investigação segue com foco em identificar os envolvidos e esclarecer a motivação da emboscada.