A Polícia Civil do Amazonas investiga a morte de Benício, um menino de 6 anos, após um suposto erro médico em um hospital particular de Manaus. A criança deu entrada na unidade na madrugada do último domingo (23) por causa de uma tosse seca e recebeu, por prescrição médica, uma dose de adrenalina na veia.
Os pais da criança relatam que questionaram a conduta, mas a aplicação foi realizada por uma técnica de enfermagem. O pai, Bruno Freitas, afirma que o filho nunca havia tomado adrenalina pela via intravenosa, apenas por nebulização. Segundo ele, a técnica de enfermagem chegou a dizer que também nunca havia aplicado o medicamento na veia, mas que faria por constar na prescrição.
Logo após o procedimento, o estado de saúde do menino piorou drasticamente, e ele precisou ser levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Benício teve seis paradas cardíacas e não resistiu. O menino completaria 7 anos no Natal deste ano.
Conselho de Medicina abre procedimento
A família de Benício registrou um Boletim de Ocorrência, e a Polícia Civil já está investigando o caso.
Paralelamente, o Conselho Regional de Medicina (CRM) do Amazonas abriu um procedimento para apurar as causas da morte e a conduta dos profissionais envolvidos.
Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que a médica responsável pelo atendimento e a técnica de enfermagem foram afastadas de suas funções.
O médico pediatra Elias El-Mafarjeh, do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, explica que, em casos graves de quadros alérgicos, uma pequena dose de adrenalina pode ser prescrita, mas na forma de nebulização, e não na veia.