Um novo capítulo polêmico sobre a prisão de Ronaldinho Gaúcho no Paraguai veio à tona. Mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF), em uma investigação sobre tráfico internacional de drogas, indicam que o ex-jogador teria recebido regalias, como churrasco e cerveja, de um narcotraficante enquanto esteve detido no país, em 2020. A troca seria por autógrafos em camisas da Seleção Brasileira.
Para entender a nova revelação, é preciso voltar a março de 2020. Na época, Ronaldinho e seu irmão, Roberto de Assis, foram detidos em Assunção, capital do Paraguai, por usarem passaportes falsos para entrar no país.
O caso ganhou repercussão mundial e levou os irmãos a cumprirem pena, inicialmente, em um presídio de segurança máxima. Após pouco mais de um mês detido, o ex-camisa 10 da Seleção Brasileira conseguiu a progressão para o regime de prisão domiciliar.
É neste ponto que a história ganhou contornos inusitados: Ronaldinho cumpriu os quase cinco meses seguintes de pena na suíte presidencial do Hotel Palmaroga, um edifício histórico de luxo no centro de Assunção.
O local foi fechado ao público e funcionou como uma "prisão-hotel" exclusiva, monitorada 24 horas pela polícia paraguaia.
Agora, quase cinco anos depois, a investigação da PF sobre o narcotraficante Marcos Silas Neves de Souza, conhecido como "GT", revelou a suposta troca de favores. De acordo com as mensagens interceptadas, que constam no inquérito, GT detalha a negociação para conseguir itens autografados pelo ídolo.
"Quando ele estava preso no Paraguai, mandei churrasco, cerveja, mandei duas camisetas e pedi para ele fazer uma dedicatória", diz a transcrição atribuída ao traficante.
O objetivo de Marcos Silas, segundo a apuração, era receber as camisetas autografadas como forma de ostentar prestígio.
Ronaldinho está sendo investigado?
Apesar da citação nas mensagens, o caso não implica diretamente Ronaldinho Gaúcho no crime de tráfico de drogas. Segundo reportagem do UOL, não há, até o momento, qualquer investigação formal contra o ex-jogador por um suposto envolvimento com o narcotraficante.
A defesa de Ronaldinho classificou o episódio como "absurdo" e garantiu que o atleta nunca teve contato com Marcos Silas ou qualquer pessoa com o apelido "GT".
"Não dá nem pra chamar de prisão"
Durante o Melhor da Tarde desta segunda-feira (10), a jornalista Janaina Nunes repercutiu as novas informações e criticou o tratamento diferenciado que o ex-jogador recebeu no país vizinho.
Não dá nem pra chamar de prisão. Desculpa. Tinha jacuzzi no quarto dele... Pelo amor de Deus, isso é um absurdo.
Ela relembrou que a imprensa, na época, já noticiava os privilégios incomuns de Ronaldinho, como acesso à televisão, frigobar, churrascos e até partidas de futebol dentro da detenção.