
Alimentos têm o poder de tirar ou aumentar o tempo de vida? Um estudo da USP aponta que sim. Após a análise das comidas mais consumidas no Brasil, foi possível perceber quanto tempo se ganha ou perde de acordo com o que é ingerido. Para o médico infectologista e professor Jean Gorinchteyn, embora os alimentos ultraprocessados tenham impactos negativos na saúde, eles não precisam ser excluídos de forma definitiva da alimentação.
“A gente sempre soube que uma dieta saudável prolongaria a vida. A definição de que uma bolacha pode diminuir em 34 minutos o nosso tempo de vida reforça o quanto isso a longo prazo vai reduzindo e danificando o nosso corpo”, declara o professor.
Entretanto, o doutor ressalta a importância da educação alimentar e do equilíbrio. Para ele, os exageros é que impactam. Nada de dietas loucas, que você para de consumir tudo de um dia para o outro e após um tempo, volta a comer tudo o que deixou de ingerir durante o período de restrição.
“Pode comer duas, três bolachas, mas não o pacote inteiro. Um pedaço de chocolate depois do almoço está liberado e não vai fazer mal se deixar de fazer exageros”, ressaltou.
O estudo ainda apontou os alimentos que tiram e aumentam o tempo de vida, com a pior e melhor pontuação HENI. Veja na lista abaixo.
Maiores perdas de vida por porção
- Biscoito recheado: 39 minutos
- Carne suína: 36 minutos
- Margarina: 24 minutos
- Carne bovina: 21 minutos
- Empanado de frango: 17 minutos
Maiores ganhos de vida por porção:
- Peixe de água doce: 17 minutos
- Banana: 8 minutos
- Feijão: 6 minutos
- Suco natural de fruta: 5 minutos
- Arroz integral: 4 minutos
Gorinchteyn ainda explica as consequências do consumo de alimentos ultraprocessados, como bolachas, salgadinhos, ricos em corantes e conservantes ou aqueles gordurosos, ricos em sódio. Segundo o médico, esses alimentos grudam na parede do vaso sanguíneo, diminuindo o calibre do vaso e aumentam a pressão, impactando a saúde.
Saúde já está comprometida?
Quando questionado sobre pessoas que se alimentaram muito de alimentos ultraprocessados, mas que querem mudar, Gorinchteyn defende que a saúde não está comprometida e que há a possibilidade de transformação.
A combinação do acompanhamento médico, exames de rotina, dieta saudável e exercícios podem mudar a realidade das pessoas.
“Caminhadas podem ajudar a transformar o colesterol ruim em bom. Então existe a possibilidade de uma transformação”, ressaltou.