
O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta neste domingo (4), após 22 dias internado em decorrência de uma cirurgia de emergência no intestino, em 13 de de abril. Ao sair do hospital, o DF Star, em Brasília, um dos médicos responsáveis pela internação de Bolsonaro falou para a imprensa que ele deve continuar a recuperação em casa.
"Segue fase de recuperação. Espero que ele siga as orientações de resguardo pelas próximas 3 a 4 semanas e vamos acreditar que daqui para a frente ele está em nova forma para enfrentar", afirmou o médico. Bolsonaro foi internado após fortes dores abdominais em 11 de abril, durante agenda no Rio Grande do Norte, e depois foi transferido para Brasília, onde passou por cirurgia para desobstruir o intestino.
Bolsonaro agora terá que fazer uma dieta pastosa, evitar aglomerações, porque isso pode ainda interferir na cirurgia feita no abdômen do ex-presidente. Por isso, a equipe médica recomendou que ele não participasse presencialmente da manifestação convocada em favor dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, a “Marcha Pacífica da Anistia Humanitária”, na próxima quarta (7).
"Evitar pegar peso, fazer atividades físicas mais intensas. Ele pode receber uma ou outra visita, mas ainda de forma reservada. A orientação é que ele faça fisioterapia. A recomendação é que ele não participe presencialmente do ato", disse o médico.
O risco para ter um novo quadro existe, mas a equipe médica afirma que tudo foi feito para minimizar o risco de novas aderências no intestino. Para a imprensa, Bolsonaro falou brevemente que a esposa, Michelle, irá ajudá-lo a seguir com as recomendações médicas e que deve ter contatos com a imprensa na semana.
“Pessoal, o pouco que posso falar para vocês é que pretendo voltar a falar com a imprensa o mais rápido possível e na sexta-feira ou segunda-feira (12) com UOL e Folha de S.Paulo para falar sobre tudo, cartão de vacina, joias, golpe, porque tem coisas que é inacreditável que as narrativas sigam ainda. Precisamos botar um ponto final nisso tudo”, disse Bolsonaro.
“Quero falar nesse programa com mais audiência e mostrar o porquê dessa maldade com essas pessoas que estão presas, algo está acontecendo”, disse Bolsonaro para a imprensa.
Entenda a cirurgia de Bolsonaro
A cirurgia de laparotomia exploradora visou liberar aderências intestinais e reconstruir sua parede abdominal, em consequência de complicações da facada que sofreu em 2018, em atentado durante a campanha presidencial. O procedimento durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal.
O ex-presidente sentia fortes dores na região do abdome desde 11 de abril, quando interrompeu um evento do PL no Rio Grande do Norte e precisou ser levado de helicóptero para Natal. Na noite de sábado, 12, foi transferido para Brasília em um avião com UTI aérea.
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Oswaldo Cruz Rodrigo Perez, a obstrução intestinal é uma complicação comum em pacientes que já passaram por diversas cirurgias abertas, como é o caso do ex-presidente. Hérnias, tumores e intoxicações também podem levar a esse quadro, conforme informações do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).