
O Brasil Urgente acesso a áudios que supostamente revelam uma ligação de celular entre Maicol e a mãe enquanto ele estava preso na delegacia. O homem é o principal acusado de matar a jovem Vitória Regina em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, no final de fevereiro deste ano.
A gravação levanta uma série de perguntas e pode escancarar um problema dentro da unidade da polícia civil paulista. Em um trecho do diálogo a mãe pergunta “pode falar, não tem ninguém escutando”.
Em outro trecho, Maicol tenta tranquilizar a mãe e menciona uma possível ajuda da polícia, “eles estão falando que se eu contribuir com eles, eles vão tentar me ajudar pra eu não passar a vida toda na cadeia”.
A conversa, conforme a denúncia, ocorreu quando Maicol já estava preso na delegacia de Cajamar. O uso de celulares por detentos é estritamente proibido. Segundo a legislação, os presos podem realizar uma única ligação em caso de prisão em flagrante. Depois disso, a comunicação é permitida apenas por cartas ou através dos advogados.
O advogado da família de Vitória, Dr. Fábio Costa, disse, por meio de nota, que protocolou uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil e pediu a transferência da investigação para o DHPP, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Segundo o advogado, o material coloca em dúvida a lisura e a seriedade das investigações em Cajamar.
Maicol é o único preso pelo crime até agora. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. A polícia afirma que ele não agiu sozinho, mas o nome do possível comparsa ainda não foi divulgado.
Polícia fará reconstituição do crime
Uma reconstituição foi marcada, mas cancelada e reagendada para o dia 22 de abril. A defesa disse que ele não participará quando for remarcada. Atualmente, o suspeito está detido no CDP de Guarulhos.
Os investigadores aguardam a conclusão de laudos, como exames de DNA e a análise de uma mancha de sangue e de uma mecha de cabelo encontradas no carro do suspeito.
Relembre o caso
Vitória Regina tinha 17 anos e desapareceu e 26 de fevereiro, depois de sair do trabalho em um shopping em Cajamar. O corpo foi encontrado dias depois em uma área de mata, com sinais de tortura e violência extrema.
A investigação apontou que Maicol monitorava a jovem há meses. Segundo a polícia, ele mantinha fotos dela e de outras adolescentes no celular. O caso segue sob investigação.