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Cavalo de R$ 12 milhões morre após comer ração contaminada; 657 equinos foram intoxicados
ABCMM

O número de cavalos que morreram no Brasil, desde abril deste ano, após consumir uma ração contaminada pode chegar a 657 e um dos animais era o reprodutor Mangalarga Marchador chamado Quantum da Alcateia, avaliado em R$ 12 milhões. O animai teria morrido após consumir o produto, segundo a advogada de um grupo de vítimas. Nesta semana, nove equinos morreram em São Paulo e o número de casos não para de aumentar. 

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está atuando no caso e já suspendeu a comercialização de todos os produtos da marca Nutratta Nutrição Animal. A publicação ocorreu no dia 26 de junho, mesmo dia em que foi registrada a morte do mangalarga. A pasta cita que pelo menos 220 cavalos morreram em decorrência da ração, mas a advogada que representa algumas vítimas, afirma que o número é muito maior. A maioria dos casos foram registrados no interior, em cidades como Campinas, Sorocaba, Itu, Jundiaí, Jarinu e Indaiatuba e na Grande São Paulo, mas também há casos relatados em outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Goiás e no Rio Grande do Norte. Segundo o grupo "Vítimas da Nutratta", além dos óbitos dos animais, 367 animais estão em tratamento e 212 sob observação clínica. 

De acordo com o Mapa, que está acompanhando 195 investigações em cavalos mortos até a última quinta-feira (3), a apuração de mais casos é dificultada pela ausência de comunicação formal via ouvidoria,o canal oficial para registro de denúncias. Na nota emitida, a pasta ainda pontua que a natureza dos sintomas apresentados pelos animais, que podem surgir tardiamente após a interrupção do uso da ração, também afetam as investigações. Entre os sintomas observados, estão desorientação, alterações de comportamento e mudanças na locomoção.

De acordo com a fabricante da ração, testes comprovaram que a contaminação ocorreu devido à uma substância chamda O resultado dos testes apontou para contaminação por monocrotalina, que é um alcaloide encontrado em plantas do gênero Crotalaria, altamente tóxica em animais vertebrados, responsável por danos no fígado, pulmão e rins. Segundo especialistas, quando atinge o cérebro leva à perda do controle dos movimentos.

Em nota, a Nutratta negou a quantidade de mortes e lamentou o caso. A empresa aponta que colabora com as investigações:

“A Nutratta lamenta profundamente os relatos de intoxicação e óbitos de animais associados ao produto Foragge Horse, da linha de nutrição animal equina, e reforça que está colaborando integralmente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para elucidar os fatos, inclusive recebendo os os técnicos do Mapa em sua planta, fornecendo todos os documentos e informações técnicas solicitadas.

Embora as investigações do Ministério da Agricultura e Pecuária ainda estejam em curso, foi divulgada nota técnica no sentido de que as análises laboratoriais preliminares indicaram a presença da substância monocrotalina, que é produzida pela própria natureza, por plantas do gênero Crotalaria – uma leguminosa que é muito utilizada em adubação verde —, e que pode estar presente em matérias-primas de origem vegetal utilizadas em diferentes cadeias agroindustriais, tratando-se, pois, de uma fatalidade, caso isso venha a ser confirmado.

Assim, diante da situação excepcional, a Nutratta já adotou medidas adicionais de autocontrole. Entre essas ações estão o reforço das análises laboratoriais, revisão dos protocolos de qualificação de fornecedores e rastreabilidade das matérias-primas vegetais, revisão completa dos processos sanitários internos e reestruturação do layout fabril.

Por fim, a Nutratta destaca que vem adotando todas as providências cabíveis para mitigar os efeitos da situação, incluindo suporte técnico aos clientes, rastreamento dos lotes envolvidos e revisão de seus processos internos. Ressalta-se que não há, até o momento, conclusão definitiva quanto a eventual nexo de causalidade entre os casos relatados e os produtos da empresa, e que a empresa conseguiu uma liminar na Justiça Federal para restabelecer seu funcionamento quanto à atividade de produção e comércio dos produtos não destinados a equinos.A Nutratta permanece à disposição das autoridades e da sociedade para prestar os esclarecimentos técnicos necessários, mantendo seu compromisso com a qualidade, a segurança alimentar e o bem-estar animal, valores que sempre nortearam sua atuação.”

Fonte: Band.
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