
Uma fabricante de roupas fitness está apostando no milho para tornar suas peças mais sustentáveis. A fábrica está usando um tecido feito com o milho e que, além de ser mais fresco, é capaz de reduzir a emissão de gases de efeito estufa no processo de fabricação. Para ser fabricado, o bioamida não utiliza milho cultivado para a alimentação, mas um tipo do cereal geneticamente modificado e adaptado ao uso industrial.
A Speedo Multisport já está fabricando peças com o bioamida e, segundo a empresa, as roupas feitas com este tecido exigem menos tempo e temperaturas mais baixas para o tingimento, absorvem melhor o corante do banho e otimizam a reutilização da água nas fábricas, o que resulta numa redução de até 50% na pegada de carbono, em comparação com poliamidas convencionais.
Para Roberto Jalonetsky, CEO da empresa, a criação de roupas sustentáveis deixou de ser uma tendência e se tornou uma responsabilidade. "Precisamos olhar para o futuro e adotar práticas que não apenas atendam às necessidades dos consumidores, mas também respeitem o meio ambiente. Usar materiais ecológicos, como tecidos orgânicos, é um passo fundamental para reduzir o impacto ambiental da nossa produção”, afirmou.
De acordo com Roberto, as peças produzidas com Bioamida incorporam tecnologias voltadas ao conforto do consumidor. Com toque macio e alta respirabilidade, o material proporciona uma sensação de frescor contínuo graças à sua baixa retenção de suor, mesmo durante atividades físicas intensas.
Poluição das águas
O Brasil tem se tornado um país cada vez mais consumidor de moda esportiva e fitness. Em 2023, o país produziu 638,5 milhões de peças, e faturou cerca de R$ 23,2 bilhões no período, o que representa um aumento de 3,4%. O setor de roupas para esporte também cresce globalmente, com a expectativa de aumentar em 14,9% a sua produção até 2029. Em e-commerce, o setor movimentou R$ 16,3 bilhões em 2024, um aumento de 42,3% em relação a 2023, com itens de vestuário sendo responsáveis por 45% desse número. Contudo, toda essa produção massiva de peças gera um alto nível de poluição. Somente a produção têxtil é responsável por 20% da contaminação de água potável em todo mundo.