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Erika Hilton x Oruam: entenda por que a deputada foi criticada ao conversar com o rapper
Reprodução/Instagram/erikahilton e reserva.oruam

Uma troca de mensagens entre a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e o rapper Oruam deu o que falar nas redes sociais e se tornou o alvo de vários comentários políticos por parte da esquerda e da direita. O episódio ganhou destaque após a parlamentar responder a um apelo do artista, que buscava entender como poderia se mobilizar politicamente contra a violência do Estado nas favelas.

Tudo começou no último domingo (8), quando Oruam, filho do traficante Marcinho VP, publicou no X (antigo Twitter) uma mensagem sobre seu desejo de se tornar uma figura representativa na luta contra o sistema. O post ocorreu após a morte de um jovem em uma festa junina numa comunidade do Rio de Janeiro, supostamente atingido durante uma ação violenta da Polícia Militar.

Erika Hilton respondeu oferecendo apoio e sugerindo que o rapper se conectasse com movimentos sociais que atuam nas periferias. “A transformação vem, principalmente, da organização coletiva. Não existe saída individual pra problemas que são estruturais”, escreveu. A deputada ainda convidou o artista a conhecer lideranças comunitárias e organizações populares que atuam há anos contra a violência estatal.

Críticas nas redes sociais

No entanto, o comentário dela não foi muito bem recebido. A deputada passou a ser criticada por parte da opinião pública e até de aliados da esquerda. Muitos questionaram o diálogo com Oruam, alegando que a aproximação com alguém ligado a uma família envolvida com o Comando Vermelho (CV) poderia “legitimar criminosos”. 

Outros lembraram que o rapper já foi acusado de homofobia, crime que conflita com a pauta de Erika Hilton, primeira deputada federal trans eleita por São Paulo.

A parlamentar se defendeu nas redes sociais, afirmando que não convidou Oruam para se filiar a qualquer partido político, nem para participar de reuniões partidárias. “Se os filhos fossem responsáveis pelos crimes dos pais, metade dos gays do Brasil estariam presos por homofobia”, rebateu. 

Ela também negou passar pano para as declarações transfóbicas do rapper, mas reforçou que o diálogo foi motivado pelo contexto da violência policial e pela disposição do artista em se engajar politicamente.

A deputada também direcionou críticas a setores da esquerda que, segundo ela, se retraem diante da possibilidade de serem vistos como "defensores de bandidos". “Aceitam que passem por cima dos direitos, das prerrogativas legais e das vidas de 50% da população desse país”, escreveu, em referência à população negra e periférica.

A discussão acentuou o embate entre diferentes visões sobre segurança pública, representatividade e os limites da construção política em meio a contextos complexos. Para Erika, é possível — e necessário — dialogar com vozes populares, mesmo aquelas que carregam contradições, desde que estejam dispostas a participar da transformação social. Para os críticos, essa aproximação pode ser vista como um risco simbólico e político, especialmente diante da crescente pressão da opinião pública sobre o combate ao crime organizado.

Fonte: Band.
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