
Por suspeita de um novo golpe no bolso dos aposentados, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou que vai exigir biometria para liberar novos empréstimos consignados a partir desta sexta-feira (23).
A Previdência disse também que vai montar um esquema de atendimento presencial para tirar dúvidas de quem foi roubado no escândalo dos descontos ilegais.
Mais de 1,7 milhão de aposentados e pensionistas já informaram que não autorizaram descontos na conta do INSS – 98% do total. E 41 entidades já foram notificadas. Elas têm 15 dias úteis para comprovar que o desconto foi autorizado. Caso contrário, terão mais 15 dias úteis para devolver o dinheiro corrigido pela inflação.
O INSS vai montar um esquema especial de atendimento presencial para tirar dúvidas de aposentados e pensionistas. A ideia é anunciar ainda esta semana os detalhes dessa operação.
Na próxima sexta (23), deve entrar no ar um sistema de identificação por biometria. Somente desta forma, o INSS vai liberar os empréstimos consignados, que estão suspensos por suspeita de fraude.
Para reforçar o combate aos golpes, o governo nomeou a procuradora Márcia Eliza de Souza para assumir a diretoria de benefícios do instituto. Ela já atuou em outros cargos no INSS. Em 2019, chegou a suspender descontos irregulares por uma associação depois de um grande volume de reclamações. Por esse episódio, ela ganhou o apelido de "xerife".
A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (20) um pedido de urgência de um projeto que proíbe descontos automáticos em benefícios da previdência social. Se aprovado, o texto vai direto para o plenário.
Já no Senado, a oposição quer uma reunião com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, para que ele instale uma CPI mista para investigar o escândalo. Uma ala do PT defende as investigações, até para chegar à origem do escândalo. Outro grupo entende que uma CPI pode gerar desgastes para o governo.