
O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior decidiu fazer mudanças nos quadros do instituto, que devem começar nesta quarta-feira (7). A ideia é seguir a orientação de um relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União.
O relatório critica a atuação do INSS, destacando que o órgão não respondeu satisfatoriamente ao ser notificado do não atendimento, por parte das entidades, da demanda de disponibilização de documentos. A medida queria demonstrar as estruturas de controle disponíveis não são eficazes para responder com a celeridade que a situação requer.
Além disso, ficou definido que o INSS começa nesta semana a checagem das assinaturas dos contratos dos aposentados com as associações que descontavam recursos dos benefícios.
Logo depois, eles vão comparar as demandas dos aposentados que se disserem vítimas com os que detectarem a ação como fraude.
APREENSÕES
A Polícia Federal apreendeu cadernos com anotações que, para os investigadores, indicam a divisão de propinas no esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social. Os objetos foram encontrados em Brasília, no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", suspeito de ser lobista e facilitador do esquema.
Entre as anotações havia "Virgilio 5%" e "Stefa 5%". A suspeita é que essas anotações se refiram a pagamentos feitos pelo "Careca do INSS" ao ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho e ao ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto.
Os dois foram afastados de seus cargos em abril por decisão da Justiça Federal. Na semana passada, Carlos Lupi deixou o Ministério da Previdência Social em meio à revelação do esquema.
A defesa de Stefanutto afirmou que a anotação encontrada nos cadernos do lobista não guarda qualquer conexão com fatos, valores ou atos praticados por Alessandro Stefanutto, tampouco com decisões adotadas na gestão dele.
Segundo as investigações, entidades como sindicatos "associavam" aposentados e pensionistas sem o conhecimento ou autorização, muitas vezes fraudando as assinaturas das vítimas. Com isso, faziam descontos mensais diretamente na folha de pagamento do INSS.
Até o momento, a PF não sabe quantos aposentados e pensionistas foram lesados. A suspeita é que as fraudes tenham atingido cerca de 4 milhões de pessoas.