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"Ouro tem liquidez e é difícil de rastrear", explica delegado sobre onda de roubos em SP

Em entrevista exclusiva ao Brasil Urgente nesta terça-feira (19), o delegado Clemente Castilhone, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), detalhou a estratégia da Polícia Civil para combater a recente onda de roubos de joias e ouro em São Paulo.

Segundo ele, o foco das operações é a "repressão qualificada", que visa atacar toda a cadeia logística do crime, do assaltante ao receptador.

"Não só o roubador na ponta da linha, que é aquele que vai cometer a violência, mas também o receptador", afirmou o delegado. Castilhone explica que diversas divisões do DEIC, como a 1ª e a 4ª Delegacias da Divisão de Patrimônio, além da Delegacia de Intervenções Estratégicas, estão mobilizadas. 

A inclusão desta última unidade se deve ao fato de a polícia tratar o fenômeno como um "crime sazonal", agindo para frear seu crescimento.

Migração para o ouro: delegado explica o motivo

Questionado sobre por que os criminosos migraram com tanta intensidade para o roubo de ouro, o delegado explicou que se trata de uma evolução na atividade criminosa. Os mesmos assaltantes que antes visavam carteiras, relógios de luxo e celulares, mudaram o foco ao encontrar dificuldades na revenda de smartphones e perceber a alta lucratividade do metal precioso.

Somado ao grande valor do grama do ouro, que pode chegar a R$ 600 na venda final, eles passaram a roubar as joias porque tem uma liquidez muito grande - Clemente Castilhone.

De acordo com ele, a facilidade de venda e a dificuldade de rastreamento de alianças e outras peças roubadas permitem que um criminoso obtenha um lucro elevado ao fazer diversas vítimas em um único dia.

O foco no combate à receptação

O delegado enfatizou que o combate a quem compra os produtos roubados é uma frente prioritária do DEIC. Ele revelou um dado expressivo das ações em curso: "Só nesse ano, foram deflagrados mais de 100 mandados de busca e apreensão em comerciantes formais e informais que foram suspeitos de comercializar ou de receptar ouro".

Para Castilhone, a tolerância com este crime fomenta a violência nas ruas. "Aquele que tem tolerância com a receptação, tem condescendência com a violência, porque o momento posterior à violência do roubo pode ser até um latrocínio", declarou.

Ele, no entanto, apontou um obstáculo: as penas para o crime de receptação não são tão severas quanto as de roubo, o que muitas vezes impede que o indivíduo permaneça preso por muito tempo.

O delegado concluiu afirmando que o DEIC realiza uma análise criminal sistemática e um mapeamento constante para que a repressão seja cada vez mais eficiente e para "restabelecer um mais alto nível da sensação de segurança que a população paulista merece".

Fonte: Band.
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